Vladimir Herzog, assassinato e não suicídio, antes tarde
do que nunca, justa reparação!
Nesta semana a Justiça Brasileira
determinou que o atestado de óbito
do Jornalista, Vladimir Herzog, fosse
alterado, em especial para constar que, a causa mortis, se deu devidos aos maus tratos realizados nas dependências do DOI,
e não como constava na certidão de óbito
antiga, (suicídio).
Com efeito, temos que louvar o
trabalho Advocatício, a Coragem do Magistrado que esta cuidando do caso em
concreto e, a perseverança da família, que além da dor da perda, teve que
enfrentar ameaças e constrangimentos de todos os tipos, para que a verdade real
não viesse a tona.
Agora podemos afirmar que estamos
caminhando efetivamente rumo ao Estado Democrático de Direito. Não se trata de repudiar o Exercito Brasileiro e,
sim, os nefastos que usurparam suas funções, haja vista que, a Zelosa Instituição não pode pagar pelos
atos ilícitos de alguns nefastos.
Por outra via, mais não menos
importante, usando o mesmo peso e a mesma medida, não podemos condenar o PT,
pelo dito, mensalão. Isso não quer
dizer que não devemos repudiar os membros do Exército Brasileiro que agiram no
passado, tanto quanto os políticos de diversos partidos, nos ilícitos de
corrupção ativa e passiva da atualidade, “ mensalão”, ou seja, todos, independente
do viés ideológicos, que forem pegos cometendo ilícitos, sejam eles, militares ou
civis, devem ser apenados na forma da lei, ofertando a todos indistintamente os
Princípios do contraditório e da ampla defesa.
Uma DEMOCRACIA VERDADEIRA começa pela transparência, culminando na
verdade real, doa a quem doer. As Instituições não podem e não devem passar a mão
na cabeça de quem comete ilícito. Ética é antes da definição técnica, sermos honestos
e transparentes.
Militar ou Civil, quando este recebe a incumbência de apurar
as atitudes dos seus pares, os retro mencionados, tem o dever moral de que agir
com honestidade, sempre pensando na coletividade, pois amanhã pode ser você a
sofrer uma tortura, uma injustiça. Ao meu sentir, muito pior que os
torturadores, ditos, paus mandados, que os mensaleiros, são os que tentam
esconder a verdade.
Tem o desplante de matar e ainda caluniar o pobre do morto,
as vezes colocando drogas no cadáver, alterando a cena do crime, tudo para
camuflar a covardia. Os verdadeiros pústulas não são os mercenários que vendem
seus votos e suas mentes, mídias e outros, são os que dizem que nada houve.
Nefastos de plantões! No dito
popular: Puxem o carro, o Brasil esta mudando. Temos sim, Advogados, Juízes, Promotores
e Delegados Honestos, tomara que essas sentenças do STF, essas reparações judiciais continuem e, que ao final animem
outros Brasileiros.. Um bom começo seria o Exmo. Ministro Pertence, que acabou
de pedir para sair da gestão de ética da presidência, falasse em alto em bom
som, os verdadeiros motivos da sua saída, pois na minha modesta opinião, quem
teria que ter sido expulso seria o Ministro Pimentel e outros.
Como homenagem a Imprensa Livre, a Democracia Mundial,
aos Dignos Familiares do Caro Vlado, bem como a todos os Nobres Brasileiros que
morreram lutando por uma Pátria Democrática e Justa, colecionarei trechos sobre a
vida deste Cidadão, de forma isenta, apenas retratando a verdade real da sua
historia, se ele esta certo ou não, isso não é o mérito, imperativo é: quem
prefere matar, tramar e furtar a nossa pátria mãe gentil, ao invés de
argumentar, defender teses, não é homem, e sim, um simples rato covarde.
“Vladimir acordou mais cedo que de costume no sábado,
25 de outubro de 1975. Fez a barba, tomou banho e se despediu da mulher
Clarice, ainda na cama, com um beijo. (...) Depois que entrou no DOI, Vlado
trocou de roupa e vestiu o macacão dos presos. Ainda pela manhã, foi acareado
com dois presos. Com as cabeças cobertas por capuzes de feltro preto, eles não
podiam se ver. Mas um deles, Leandro (Leandro Konder),
reconheceu o amigo: “Empurrei a borda do pano e vi o preso que chegava. Eu o
reconheci pelos sapatos: eram os mocassins pretos que Vlado usava.” Nessa hora,
Vlado negou que pertencesse ao PCB e Konder e o outro preso foram retirados
para um corredor, de onde ouviram os gritos de Vlado e a ordem para que fosse
trazida a máquina de choques elétricos. “Os gritos duraram até o fim da manhã.
Os choques eram tão violentos que faziam Vlado urrar de dor”, diz Konder. Um
rádio foi ligado em alto volume para abafar os sons. Meia hora depois, por
volta das 11h, Vlado foi para a sala de interrogatórios. “Mais ou menos uma
hora depois, me levaram a outra sala onde pude retirar o capuz e ver o Vlado. O
interrogador, um homem de uns 35 anos, magro, musculoso, com uma tatuagem de
âncora no braço, mandou que eu dissesse a ele que não adiantava resistir”,
lembra Konder. Vlado estava com o capuz enfiado na cabeça, trêmulo, abatido,
nervoso. Sua voz estava por um fio. “Fui obrigado a ajudá-lo a redigir uma
confissão que dizia que ele tinha sido aliciado por mim para entrar no PCB e
listava outras pessoas que integrariam o partido.” Konder foi levado e os
gritos recomeçaram. Essa foi a última vez que Vlado foi visto e ouvido. “No
meio da tarde, fez-se silêncio na carceragem”, diz George Duque Estrada que
também estava preso no DOI, em relato no livro Dossiê Herzog – Prisão,
Tortura e Morte, de Fernando Pacheco Jordão.
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